Eu confesso que já andei perdida neste mundo de meu Deus, sem destino, às vezes nem sentia os meu pés tocar o chão (acho que vou escrever uma canção sobre isso).
No labirinto da vida, é fácil deixar de lado quem somos. A rotina nos engole, as obrigações se acumulam, e, sem perceber, começamos a nos afastar de nós mesmos. Cada passo dado em direção aos compromissos cotidianos nos leva mais longe de nossa essência, de nossos sonhos e desejos mais profundos.
É uma jornada sutil e silenciosa. Um dia, olhamos no espelho e a pessoa que nos encara de volta parece um estranho. Onde estão aqueles olhos cheios de brilho e esperança? Onde está aquele coração cheio de paixão e propósito? Aos poucos, vamos nos tornando meras sombras de quem um dia fomos.
Mas, talvez, a perda de identidade seja também uma oportunidade. Uma chance de nos redescobrir, de nos reinventar. De encontrar novos significados, de perceber que a jornada não é linear, mas cheia de reviravoltas e surpresas. Às vezes, é preciso nos perder para nos encontrarmos de novo, para compreender que a essência de quem somos pode ser sempre redescoberta, recriada e reinventada.
E assim, enquanto nos perdemos no meio do caminho, também encontramos novos caminhos, novas paisagens internas que jamais imaginaríamos explorar. Porque, no fim, a verdadeira jornada é aquela de volta a nós mesmos, ao reencontro com nossa própria alma, com nossos valores e com a paixão que alimenta nosso ser.
Perder-se é parte do processo de viver. E, em cada perda, há um potencial de ganho, uma nova descoberta, um novo começo. Porque a vida, em sua essência, é um constante redescobrir-se, é um eterno retorno ao nosso verdadeiro eu. 🙏🏾❤️
©️ Beatriz Esmer
