Sentimentos

Há uma linguagem demasiado profunda para que meras palavras possam capturá-la. É nesse espaço sagrado que “amor”, “paixão” e “êxtase” residem—não como meras expressões que caem dos lábios como folhas de outono, mas como forças titânicas que moldam os contornos da nossa própria essência.

O amor, esse escultor eterno, vai lapidando nossas defesas, revelando a escultura luminosa que há dentro de nós. É uma melodia silenciosa cuja ressonância pode derrubar muros e erguer pontes para margens inalcançáveis. A paixão, a ardente pintora, cobre nossa tela com matizes tão vibrantes que se gravam na memória, incendiando nossos desejos e alimentando nossos sonhos. O êxtase, o divino poeta, tece versos de arrebatamento que nos elevam para além do ordinário, onde cada suspiro é uma estrofe e cada batida do coração, uma rima.

Essas palavras, por si só, são apenas sombras na parede da compreensão—tremeluzentes e insubstanciais. Mas, quando vividas, respiradas e abraçadas, transcendem suas limitações silábicas e florescem em existência. Tornam-se a vastidão que atravessa horizontes; a amplitude que abarca todo o tecido da vida; a profundidade que mergulha no poço insondável da alma.

Somente quando esses sentimentos tocam seu espírito e se entrelaçam à sua essência é que verdadeiramente pertencem a você. Eles se tornam mais do que palavras—viram capítulos da sua história, escritos com a tinta da experiência e lidos pelos olhos da iluminação. Dessa forma, “amor”, “paixão” e “êxtase” não são apenas ditos; eles são sentidos, conhecidos e vividos.

©️ Beatriz Esmer

Dry Pastel — Children Collection

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