Na infância capturada em preto e branco,
brilham os olhos que um dia veriam o Brasil com alma.
Cada rosto, uma semente de verbo,
cada sorriso, um prelúdio de páginas que mudariam mundos.
Clarice Lispector, com seu mistério de dentro:
“Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.”
E assim, ela nos ensinou a sentir o indizível.
Guimarães Rosa, sertanejo de estrelas:
“O real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia.”
E o meio virou eternidade.
Carlos Drummond de Andrade, pedra no caminho e poesia no peito:
“No meio do caminho tinha uma pedra…”
E com ela construiu pontes para o infinito.
Hilda Hilst, voz que arde e desafia:
“Amo-te como se ama certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.”
E nos fez amar o abismo com beleza.
Ariano Suassuna, encantador de nordestes:
“O otimista é um tolo. O pessimista, um chato.
Bom mesmo é ser um realista esperançoso.”
E o Brasil virou fábula e filosofia.
Rachel de Queiroz, voz do sertão feminino:
“O sertanejo é antes de tudo um forte.”
E sua escrita foi resistência e ternura.
Millôr Fernandes, ironia que ilumina:
“Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados.”
E com humor, nos deu lucidez.
Lygia Fagundes Telles, alma em carne viva:
“A vida é feita de escolhas. Quando você dá um passo à frente, inevitavelmente alguma coisa fica para trás.”
E nos ensinou a caminhar com coragem.
Vinicius de Moraes, poeta que virou música:
“Que não seja imortal, posto que é chama.
Mas que seja infinito enquanto dure.”
E o amor ganhou eternidade em versos.
Monteiro Lobato, inventor de mundos:
“Um país se faz com homens e livros.”
E fez do Brasil uma biblioteca de sonhos.
Gilberto Freyre, intérprete da casa-grande e da senzala:
“A mestiçagem é a nossa força.”
E revelou a beleza da mistura.
Câmara Cascudo, guardião das lendas:
“O folclore é a alma de um povo.”
E nos devolveu nossas raízes.
Érico Veríssimo, cronista da alma gaúcha:
“Quando se quer saber alguma coisa, o melhor é perguntar.”
E sua literatura foi pergunta e revelação.
Fernando Sabino, leveza que pensa:
“No fim tudo dá certo, e se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim.”
E nos ensinou a esperar com fé.
Nélida Piñon, voz que transcende:
“Escrevo para que o tempo não me vença.”
E venceu o tempo com palavras.
Mário Quintana, poeta do cotidiano encantado:
“Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem.”
E nos fez ler o mundo com olhos de criança.
Ó Brasil de letras e lutas, de sonhos e silêncios,
que estes nomes sejam sempre faróis,
guiando gerações por mares de papel,
onde cada frase é um porto,
e cada livro, um lar. 🙏🏾❤️
©️Beatriz Esmer
