Milton Nascimento: A Voz Que Mora em Mim

Hoje é aniversário de 83 anos de Milton Nascimento, meu cantor e compositor favorito. E eu não consigo deixar de sentir uma mistura de gratidão e tristeza. Gratidão por tudo o que ele me deu — sem nunca ter me conhecido. Tristeza por saber que hoje ele está doente, enfrentando a demência, essa doença cruel que apaga memórias, que rouba identidades. Como pode uma mente tão brilhante, tão cheia de poesia, se esquecer de quem é?

As músicas de Milton são parte de mim. Elas me acompanham desde sempre — nos momentos de alegria, nas dores mais profundas, nas descobertas, nas despedidas. “Travessia” me ensinou sobre coragem. “Canção da América” me fez entender o valor da amizade. “Cais” me abraçou quando eu não sabia onde ancorar. Cada verso, cada melodia, é como se tivesse sido escrito para mim, para a minha vida.

Hoje, mais do que nunca, eu celebro Milton. Celebro sua arte, sua sensibilidade, sua voz que parece vir de um lugar onde tudo é mais bonito. Mesmo que ele não se lembre mais, eu lembro. E enquanto eu lembrar, ele continua vivo. Porque Milton Nascimento não é só um artista — ele é parte da minha história, da minha alma.

Feliz aniversário, Bituca. Obrigado por tudo. Você é eterno em mim! 🙏🏾❤️

©️ Beatriz Esmer

Leave a comment

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.