Na pressa dos dias, entre telas que piscam e corações que se distraem, o amor parece ter virado artigo de museu. As pessoas colecionam encontros como quem acumula curtidas, e a solidão se disfarça em sorrisos rápidos.
Mas há quem insista. Quem ainda acredita que riqueza não se mede em cifras, mas em olhares que se reconhecem. É nesse século apressado, onde ninguém ama ninguém, que o verdadeiro amor se torna um tesouro raro — uma contradição luminosa.
Ele não precisa de palco, nem de plateia. Vive nos detalhes: no café que esfria porque a conversa aquece, no silêncio que não pesa, no abraço que cabe inteiro. É um amor que desafia algoritmos e estatísticas, que não se explica em gráficos, mas se sente na pele.
E quando dois se encontram assim, contra todas as probabilidades, descobrem que a maior fortuna não está nos cofres, mas no coração. Porque riqueza mesmo é ter um amor verdadeiro — e quem o encontra, ainda que em tempos áridos, sabe que ganhou o mundo.
©️ Beatriz Esmer
