Beloved,

This love is not a passing feeling,not a sweetness that drifts in and out like a shy breeze,nor a momentary peace that settles only to rise again.It is the fiery, relentless forcethat keeps the stars from falling out of the sky,the hidden engine of every heartbeat,the ancient music that refuses to stop singing. And so we step into the turning of the year: New Year,New sensations,New chances,Same dreams,Fresh starts. Let the fire within you burn brighter than the sun that rises.Let the dreams you’ve carried through every seasonunfurl their wings at last.Let every chance find you ready,every sensation awaken you,every … Continue reading Beloved,

O Alento da Maturidade

O tempo, esse senhor de passos largos e silenciosos, não pula o cercado de ninguém. Ele passa para todos, visita cada quintal, deixa a poeira nos móveis e o amarelado nas fotografias. Mas ele guarda um segredo: a maturidade, essa mansa senhora, não se senta à mesa com qualquer um. Ela escolhe bem com quem deseja compartilhar o pão e a palavra. A maturidade não chega de enfeites. Ela é como uma moça com rugas evidentes, caminhos traçados na pele que contam histórias de risos e de prantos. Traz os olhos cansados, sim, pois já viram muitas luas e muitos … Continue reading O Alento da Maturidade

Hunger for the Instant

I am tired of the arithmetic. This cold, calculated math of “getting to know” is a violence against the instant. We sit across from one another like statues in a museum, exchanging polite, hollow words that are nothing more than dust. A date? No. It is a programmed ritual, a slow suffocating under the weight of a table that separates my knees from yours. I do not want the “across-the-table.” I want the floor. I want to eat pancakes in the dirt of the everyday, watching a flickering screen that means nothing, because the only thing that is—the only reality—is … Continue reading Hunger for the Instant

O Sangue em Mim

Escrever não é um ato. É uma fatalidade. Comecei quando entendi que a palavra não serve para enfeitar, mas para tocar o fundo do silêncio. A poesia… ela não me pede rimas, nem essa matemática árida de metros e sons compassados. Isso é o exterior, a casca. Eu busco o que está vivo e, por estar vivo, estremece. A poesia é o sangue que corre, espesso e quente, nas minhas veias. É esse pulso no pulso, essa batida clandestina que me avisa que ainda não morri. É o tutano, o centro branco e secreto dos meus ossos. Sinto-me possuída por … Continue reading O Sangue em Mim

New You, New Year!

The old words? They’ve grown weary, like shoes that walked too many miles. Let’s leave them at the door. They did their job—they spoke our secrets and shared our bread. But look! The calendar has just opened its eyes, and it’s still learning how to stammer. To finish something is just a way of clearing the table for a fresh snack. We carry our past not as a heavy trunk, but as a small, polished stone in our pocket—a little weight to remind us we’ve been somewhere. Don’t wait for a “fresh canvas.” Life isn’t a museum; it’s a sidewalk … Continue reading New You, New Year!

Águas Profundas

Senhor, eu me afoguei no salgado de mim. Não foi uma vez, foram inúmeras, e em cada uma delas o silêncio era um peso de chumbo. Eu remava, entende? Remava com essa fúria cega de quem quer chegar a lugar nenhum, ora contra, ora a favor, perdendo-me no labirinto das correntes que eu mesma inventei. Havia um erro de ritmo em meus pulsos. Eu lançava a âncora no exato instante em que o horizonte me chamava para a partida; e partia, num susto, quando o porto era o único repouso possível. Tive a fome que rói o osso e tive … Continue reading Águas Profundas

Outro modo de rezar

Rezo em poemas, mas o poema é pouco. É uma trama de desejos, sim, mas eu me canso do “escrito”. As palavras são redes que tentam pescar o que não tem nome, e eu acabo ficando apenas com o fio seco na mão. Eu queria, na verdade, era transcender o limite do papel. Queria aprender a rezar com a própria carne, com o latejar do que sou. Quero que minha reza seja o ritmo do meu fôlego — esse entrar e sair de ar que é uma sinfonia muda sussurrada ao nada. Ou ao tudo. Quero rezar pelas paisagens alucinadas … Continue reading Outro modo de rezar

The Late Night Crawl

I’d tell you,but you’re asleep and dreaming ofbetter things than this room.The night isn’t whispering;it’s just quiet because the traffic died downand the radiator stopped its rattling.I’d say the words until my jaw cracked,until my tongue felt like a dry sponge,not for the purity of it—there’s no purity in a mouth—but because it’s the only honest thingleft in the bottom of the glass.And when you’re dead,when your ears are just bone and dustand can’t hear the rent being due,I’ll still be saying it to the walls.Forget the stars.The stars don’t give a damn about us.The wind is just cold air … Continue reading The Late Night Crawl

O Mapa do Deslembro

Há lugares que são fendas:neles depositamos, sem notar,os estilhaços de um coração que se desmancha.São cantos de mundo, mudos,onde a memória é um sopro que se apaga,deixando apenas o resíduo do que foi amore o pó do que virou perda.O passado ali ecoa, entre paredes gastas,velando o que de nós ficou pelo caminho.Mas existem outros chãos,lugares-despertar, onde o peito retoma o compasso.Seja na sombra de uma árvore que viu séculos,ou no pulsar febril da cidade que não dorme,o coração se reconhece.Ali, descobrimos o que ignorávamos ser,sob o toque leve da esperançae esse susto bom de recomeçar.Nessa dança de perder-se e … Continue reading O Mapa do Deslembro

O Chão da Comunidade

Andamos todos com essa pressa de voltar para casa. Uma casa que nunca pisamos, mas que a alma reconhece — feita de lembranças fiadas e de sonhos que a gente só avista de relance, feito luz de pirilampo no cerrado. ComunidadeÉ aquele lugar onde a palavra não tropeça no dente, nem entala na garganta. Onde a gente fala com o coração na mão, sem medo de ser quem é. É o cerco de mãos que se abre em acolhida; o brilho nos olhos de quem nos vê chegar e o mutirão de vozes que celebra quando a gente se coloca … Continue reading O Chão da Comunidade